Saturday, December 20, 2008

O tempo pode ser muito imprevisível.



Onde estou?

Interrogações que me perseguem quando o simples modo de rotina que instalei no meu corpo se quebra, uma avaria que não é fácil de reparar. - João para onde estás a olhar? - dizes-me tu, mais uma vez me apanhaste com o pensamento noutro lugar..
Não há mal nenhum em sonhar, pensar..
Mas a minha doença é não sentir o doce momento,
Dos teus lábios encostados aos meus..
Das tuas mãos geladas que aperto contra as minhas,
Do teu modo gentil
E das tuas manias tolas..
Encostas o teu corpo ao meu, combinamos perfeitamente, sou a tua barreira contra o vento.
Dou-te a segurança que precisas..

Que procuro eu?

Quero olhar-te nos olhos, ver o brilho que me reservas. Entretanto o vento não dá tréguas e o meu corpo treme..
Será do frio? Sinto o meu cérebro a ferver..
Caminhamos em direcção ao passado.. Não gosto deste sentimento.
Fujo agora de ti, pois é a única alternativa que me resta.
Sinto uma gota de água na minha face, não é minha.
Um grito de raiva nasce. Um relâmpago que me acorda para a realidade..
Deparo-me com uma grande nuvem cinzenta por cima de nós..
Não temos hipótese.

Para onde vou?

E começa a chover.
Já lá não estás. O vento levou-te..
O frio invade-me. Enquanto um batalhão de pingos choca contra o meu corpo.
Corro, corro ao sabor do sal do mar que sentia.
Ao longe vejo luz.

Já se sabe...

A cidade está iluminada e mostra as suas cores.
Já parou de chover.
Os primeiros raios de sol aquecem o meu corpo encharcado.
Nasce-me um sorriso no rosto.
O meu caminho continua.

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